TARDE DE PESCARIA

 

Estamos à beira do rio.

O sol abre caminho por entre as nuvens

E vem saudar-nos,

Dar-nos as boas vindas

E nos ajudar nesta pescaria.

Isca no anzol.

Anzol na água.

Enquanto esperamos uma fisgada vamos pensando, pensando...

Logo ali estão meus amigos,

Alegres e despreocupados,

Sorrisos a se espalharem em volta.

Descontração da pescaria.

Ela nos afasta do mundo exterior

E nós passamos a viver um mundo só nosso

Amoldado ao nosso desejo.

Um mundo onde nós somos o mandatário único

E só permitimos nele

Amor,

Alegria,

Paz.

Nada de guerras,

De aflições.

Amor.

Repentinamente o nosso pensamento

Deriva do amor-sentimento para o amor-mulher.

E penso nela, como desejaria que ela fosse.

Debaixo desta capa invisível

Que é este mundo imaginário,

Tudo se converte da forma que nos apraz.

Sonhamos com uma vida futura

Ampliada pelos diversos recursos interplanetários,

Os nossos descendentes atravessando os espaços

Em máquinas estranhas,

Buscando conhecer de modo mais amplo

O meio onde vivemos.

De repente, acordar.

O sol vai recolhendo os seus últimos raios,

Dando-nos adeus.

A pescaria acabou.

Nosso mundo ruiu.

Temos agora um mundo totalmente diferente.

De um lado,

Pescarias,

Piqueniques.

Do outro lado

Destruições,

Guerras.

 

 

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