PORQUE? OU
DIÁLOGO PARA QUEM QUER VER
Porque sou?
És porque vives.
Porque escrevo?
Escreves porque sentes
a vida.
Porque me falam, se não quero ouvi-los?
Eles também são
infelizes, talvez mais do que tu.
Porque fujo, se o amor me procura?
Tens medo de amar. Amor
e dor são sinônimos para ti.
Porque rio?
Ris para não chorares.
E agora, porque choro?
Porque a dor começa a
te vencer.
Porque estou indeciso?
Anima-te! Não faz mais
perguntas.
Porque penso, se pensar me faz sofrer?
Novamente respondo:
porque vives.
Vives! Que é vida?
É o amor, para os que
amam.
Porque tanta gente já não ri?
Estão apressados. É
guerra.
E será que já não gostam de crianças?
É claro que gostam.
Elas estão em todo lugar. Não há como deixar de gostar.
Porque fazê-las sofrer, então?
É tempo de ferir.
Porque vivo?
Porque ainda és capaz
de amar.
Porque pergunto?
Queres saber.
E porque ninguém me responde?
Ninguém quer saber.
Porque estou triste?
Porque não chove?
Porque a flor murcha e o rio seca?
Porque estudo?
Porque és meu amigo?
Porque?
Tudo tem a sua razão de
ser. Sei esta resposta não te satisfaz.
Hoje estás deprimido,
mas lembra-te que amanhã é novo dia.
Se estás são, isto, por
si só, já é motivo de alegria. E muitos te olharão e
Dirão: ele, sim, é feliz.
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