REGINA
Regina, eu te adoro.
Tão difícil está tudo de entender!
E cada vez mais só me sinto.
Coisas tão lindas, para nós, havia sonhado
Tantas ilusões havia alimentado,
Que, para o existir, para o ser, despertar
Foi, para a vida, um falecer.
Tudo nos separa, mas eu te adoro, Regina.
Se o mundo só nós dois fosse, tão fácil seria:
Tu me amarias e eu te amaria.
Mas, o resto, existe,
Que são contingências, que são fatos a nos separar.
Eu te adoro.
Por me dar a ti não poder, afasto-me;
É impossível nosso amor
(Outro dos muitos amores impossíveis).
Não queria que fosse assim.
Eu te adoro.
Hoje, quando voltei ao Grêmio, de ti lembrei;
E quando a outra beijei, em ti pensei.
Teu olhar, por todos os cantos, me persegue;
Já não sei quem sou; já, o que quero, nem sei.
O teu fantasma me perturba;
Eu te adoro Regina.
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