DIA DAS MÃES

 

Outra vez Dia das Mães.

Outra vez tão distante.

Neste dia será o encontro dos nossos espíritos

Pois sei que estás comigo,

O filho caçula que partiu

E que querias ter sempre perto,

Mas cujo destino e alma

De pássaro liberto

Carregaram-no para distante dos olhos maternos.

Sei que sonhas com dia em que irei te visitar.

Sabes que sonho com a data de te rever.

Não poderá ser neste Dia das Mães.

Infelizmente.

Só me resta registrar, então,

Meu eterno agradecimento

Pela vida que me dedicastes

Nos longos dezoito anos que vivemos

Fisicamente juntos.

Não tinhas nenhuma obrigação.

Não me gerastes,

Simplesmente assumistes.

E me criastes.

De tua vida fiz um espelho

Onde procuro me olhar diariamente

Corrigindo assim os desvios

Porventura tomados.

Tudo que me ensinastes

Não foi em vão.

E quando lembro quanto te custou

Encaminhar-me em vida,

Temo não encontrar forças para gritar

Aos olhos de todos

Os agradecimentos que não me cobras,

Satisfazendo-te apenas com a minha visão

De filho que volta depois de muito tempo.

Hoje é teu dia, minha mãe.

Não poderei estar junto de ti,

Fisicamente.

Nossos espíritos, no entanto, se encontrarão

E dançarão, alegres e livres,

Como nunca dançaram em vida os nossos corpos,

Presos que sempre foram de rudezas e timidez.

Em suas danças, com certeza,

Traçarão mensagens

De amor e de esperança

E só as boas recordações

Serão evocadas

Porque, como amigos que há muito não se vêem,

Não haverá lugar, em nossas mentes e corações,

Para desencontros passados.

Que haja muitos outros Dias das Mães

Com nossos encontros,

Ainda que só espirituais,

E que sejas muito feliz,

Minha mãe,

Meu primeiro amor.

 

 

 

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